sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Começou o fim.

Começou o fim...
o último dia
a última noite
o último alento e o último açoite

o último sorriso
o último abraço
o último espaço
 a ser preenchido.

O último olhar
o último beijar
o último dos últimos
a chegar.

Sê conosco...
o primeiro a chegar,
o primeiro a ficar
e o primeiro a falar...

Fala aos corações
dos mil pecados e mil perdões
banha-nos na Tua luz...
farol que nos conduz...

 Hoje o último dia,
da última noite
do último ano a terminar,
Amanhã será tudo novo,
de novo e novamente
o tempo e sol hão de brilhar.

Amanhã um novo Ano Novo
amanhã e nas demais manhãs...
tudo azul, tudo mel,
abacaxis colibris e hortelãs...

No amanhã o futuro previsto...
Sê conosco hoje e amanhã,
Sê conosco hoje e sempre,
Ave novo tempo e Ave Cristo!

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Ana Luiza

Somos conhecidos por nossos nomes, o sobrenome vem mostrar de quem somos e de onde somos...se somos da Silva, selva, se somos Pereiras, cristãos novos do tempo em que os "convertidos" ganhavam nomes silvestres. Sou da Silva, selva, de mãe e Cardoso, caudaloso, de pai.

Aqui quero falar de gente nova, de um novo tempo, de novo alento e de novo despertar, falo de Ana.

Falo de Anas, falo de Adrianas, falo de Luizas,
falo de mulheres e que Godóy compreenda,
falo de guerreiras e falo de profetizas.

Sê benvinda pequena Ana,
Analu, Analuz, Ana linda,
Ana do verão, Ana da terra e Ana do céu,
Ana do coração, Ana da espera e Ana do mel.

Ana bela, Ana clara, Ana terra...
Ana flora, Ana cor e Ana amor.
Ana profetisa. Ana sacerdotisa,
Ana poetiza e Ana em flor.

Ana intensa e luz imensa,
Ana vento raio e brisa,
mais que uma só Ana,
sendo Ana de Adriana,
sendo Ana Luiza.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Ainda ontem

Ainda ontem estávamos lá,
sentados na sala de espera a espera do que chegar
estávamos lá já sabendo o que esperar...

E a notícia veio confirmar
tudo deu certo
apesar da dor
apesar do torpor
e do doloroso despertar...

A cirurgia deu certo
ainda que não estávamos por perto
mas quem somos nós
para decifrar todos os nós
que existem em todos nós

Agora é esperar
que tudo ainda certo há de dar
e assim de ponto em ponto
nossos dez encontros
em família hão de ficar.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Infinitas vezes.

Quantas vezes nos olhamos
e nada vimos,
quantas vezes nos falamos
e nada ouvimos.

Quantas vezes nos tocamos
e nada sentimos,
quantas vezes choramos
e quantas vezes não sorrimos.

Quantas vezes nos somamos
e quantas vezes nos dividimos.
E quantas vezes nos multiplicamos
e quantas vezes nos subtraímos.

Quantas vezes nos amamos
e quantas vezes nos traímos.
E quantas vezes nos odiamos
e quantas vezes nos ferimos.

E quantas vezes mais nos tocaremos
e quantas vezes mais nos amaremos,
quantas vezes mais nos dedicaremos,
quantas vezes mais um só seremos?

Infinitas vezes...

Sonho

O ano se acaba...
com ele tudo desagua.
O sonho de um ano atrás...
jaz.

O ano se finda...
a vida continua linda,
o sonho que hoje jaz,
se renova em paz.

O ano desvanece...
tudo de novo acontece,
e o sonho renovado
de novo e sempre sonhado
é sonho que não se esquece.

Tudo de novo adormece,
o sonho e o sol que nos aquece,
com o sonho renovado de novo sonhado,
o sonho com o ano se vai...
enquanto outro sonho acontece.

O último domingo

Hoje o último domingo
o último abrigo
o último abraço
de um último laço
jamais corrompido.

Um último olhar
um último cantar de um último zunido
o último amigo
o último contigo
no último domingo.

Hoje, no último domingo,
no último abraço
o último a estar contigo,
no último laço
no último traço
no último rabisco.

Traço contigo
no último abrigo
no último domingo
sendo o último e o mais antigo.

Trago comigo
neste e em todos os domingos
o teu eterno ombro amigo
e teus braços doloridos
abertos amplos e amplexos
o primeiro a estar comigo.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

E se...

E se ninguém ler,
e se ninguém ver
e se ninguém olhar
ninguém ficará sabendo
olhando e lendo
o que se escreverá
e se ninguém vier
e se ninguém quiser
ainda assim será
será mais um tempo
onde a folha e o vento
juntos irão bailar
será natal e assim sendo
folhas mortas levadas ao vento
e brotos novos ainda que em tempo
flores novas ainda a olhar
e se ninguém quiser
mas mesmo que eu puder
versos teimosos ainda versar
e flores e versos destemidos
doridos e esquecidos
nesta noite Jesus há de estar.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

A véspera da véspera

Hoje é véspera da véspera,
e vespertinamente o que virá?
decerto um novo dia
e sendo mais um dia novo
de novo e novamente
a noite virá...

Com ela os sonhos de uma vida nova e melhor...
e com ela os anseios de novos novembros e novos dezembros,
que com eles trarão, luz, estrela e clarão
de novos dias que ainda virão...

E como nós mesmos
parecidos com estes dias novos
que ainda não existem e que existirão
seremos os desenganos de nós mesmos ou a feliz confirmação
dos sonhos que hoje sonhamos
e que amanhã acordados virão.

Sonhos de novembros e dezembros,
pai e mãe de todos os janeiros
que frutificarão.

Hoje é véspera da véspera
amanhã só véspera
e depois de amanhã os sinos baterão.

Sonhos de noites de dezembro e de verão
sonhos por sonhar
e noites por dormir
e manhãs por acordar.

Sorria cara Karina!!! Sorria!!!

Cara Karina
mulher e menina
donzela e bandida
flor em botão.


Cara Karina
poema e poesia
dilema e alquimia
luz e escuridão.


Cara Karina
doce e ferina
dor e morfina
sorriso e canção.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

O último dia de primavera

Hoje é o último dia de primavera,
hoje à noite, a primeira noite de verão,
flores chuvas e sonhos,
desaguando em nova estação.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

É tempo de paz

Há que se falar,
há que se postar,
há que ouvir, sentir e compartilhar...
há que dividir e multiplicar,
há que se ter um mútuo olhar.

Tem coisas que sentimos,
e nos sentimos coisas,
pequenos gestos canhotos ou destros,

Nos sentimos coisas,
quando só coisas sentimos,
falta afeto,
sujeito e objeto.

Falta gesto e gestão,
falta confraternizar
o meu o teu e o nosso coração.

Falta prezar
e não represar,
falta este dia
então terminar.

Há que um novo ano surgir,
um novo ir e vir
de um novo tempo
e recomeçar.

É tempo de paz.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Tô falando grego???

No maior tratado sociológico de todos os tempos, encontramos uma máxima das relações sociais:
Amar ao próximo como a si mesmo.
Como entender esse mandamento cristão de amar ao próximo e até os inimigos como a nós mesmos? Primeiramente torna-se necessário e responsável buscar o entendimento da exata contextualização da frase, nas traduções do Evangelho, escrito em grego, encontramos tres significados para a palavra Amor:
"O érōs de Eros (ἔρως) significa a palavra grega moderna “ erotas ” com a sua significante de “o amor (romântico)”. Entretanto, o Eros não tem que ser de natureza sexual. O Eros pode ser interpretado como um amor para alguém que você ama mais do que o amor de Philos da amizade..."
"A philos de Philia (φιλία), amizade no grego moderno, um amor virtuoso desapaixonado, era um conceito desenvolvido por Aristóteles. Inclui a lealdade aos amigos, à família, e à comunidade, e requer a virtude, a igualdade e a familiaridade."
"O agápē de Ágape (ἀγάπη) significa o “amor” no grego moderno atual. No grego antigo se refere frequentemente a uma afeição mais ampla do que à atração sugerida pelo ” eros “; ... Pode ser descrito como o sentimento de estar satisfeito ou de se ter em consideração elevada... "
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Palavras_gregas_para_o_amo)

Esse amor, agápe, de um significado mais amplo, de uma consideração elevada, uma afeição mais ampla que o eros, uma relevância maior que os sentimentos mais particulares, esse amor, agápe, é que precisa ser entendido como o amor de amar ao próximo e até os inimigos.
Amando meu próximo na forma do agápe, eu não só o respeito, mas tenho por ele uma consideração elevada, tornando-se uma relação de conhecimento, preciso entendê-lo, compreendê-lo, saber de suas razões e paixões, e conhecendo seus sentimentos por mim e mais ainda por minha tabela de valores e minha práxis, me conhecerei melhor. Amar ao próximo como a si mesmo é antes de tudo um chamado à reflexão do que é o próximo, do que é si mesmo e do que é o amor e sua importância em sociedade. Aqui esse amor, agápe, torna-se um chamado à preservação da espécie humana, dos chamados valores humanos.
"O amor é o que o amor faz"*
O importante é o que esse amor, agápe, faz e exorta-nos a fazer, que todos tenham entre si elevada consideração e uma afeição mais ampla geral e irrestrita.
Em diplomacia chama-se de reciprocidade.
Bacana né?

* frase do livro: O monge e o executivo do escritor Hunter, James C, editora Sextante

Haja paciência!

Paciência dirão uns que é a ciência da paz e estarão certos, outros poderão entendê-la como atributo de quem sofre, na derivação latina patientis de patis = sofrer, estarão certos também, outros poderão encontrar um significado diferente ligado às virtudes e resignação.
O importante do entendimento dessa palavra é saber para que ela serve, entender o sofrimento e retirar dele lições é sinal de virtude, portanto a paciência pode e deve estar diretamente ligada a um processo de aprendizado. Quando não se tem alternativas diante do sofrimento é fácil ser paciente no estrito significado daquele que sofre, mas diante de alternativas que se contrapõem, a palavra paciência deve nos fazer refletir sobre o que seria melhor fazermos diante de um dilema. Analisar as possibilidades e as consequências de nossas atitudes diante do ser, nos remete a pensar sobre nossa prática e a que tipo de sociedade queremos construir.
Fazer aos outros o que quereríamos que os outros nos fizessem é um modo muito interessante e prudente de medirmos as consequências de nossas atitudes, portanto ter paciência, pode ser um processo de aprendizado do ser enquanto ser social, perder a paciência é perder oportunidades.
Escrever também é um bom exercício de paciência e reflexão.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Poema do sol nascente

Deparei-me contigo
em esperanças de agosto,
o céu e o sol encontraram-se na lua
na rua o poeta exposto
a tecer madrigais para teu gosto

A flor de teu peito
abre-se em teu sorriso
ele, lindo, indo é o que preciso
fez-me bem e eu além,
fui-me a sonhar.

No sonho o oriente,
no céu a lua nua e tua,
trazendo sol nascente.

Um sonho de sorriso
de um poema de improviso
e de uma alma que me acalanta.

É tudo que preciso,
chuva de verão e de granizo,
depois um sol que se levanta.

É mar é lua é sol
depois tudo no arrebol
desfaz-se em fantasia.

É mais que galeão espanhol,
é flor de lotus e girassol,
é você invadindo minha poesia.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Sombras

sim era eu que me esgueirava pelas paredes,
como uma sombra,
como uma brisa mofa,
descartada de ar,
quase como nada,
quase como um não,
sendo um quase adeus de um quase perdão,
uma ofensa ferina,

que sendo morta é mortal,

sendo mulher é menina,
sendo inerte é puro flerte,
sendo nobre é plebeu,
sendo atalho vira estrada,
sendo então tudo e quase nada,

Era eu que me esgueirava,
buscando ser tua sombra e viver assim de ti...

Re encontros


Você me pede coisas que eu já não sei fazer.
Já não sei esconder esse amor que sinto por você.
Já não sei te olhar sem me apaixonar
e vc me pede para ocultar

já não sei estar com você sem mostrar meu amor, já não sei mais esconder a minha dor,
quantas vezes quis te amar na praça no carro e nos céus
quantas mágoas viraram traças corroendo meus versos no papel

Quero tanto te querer e me mostrar sem me esconder
quero ter-te em meus braços de braços abertos para o mundo
quero ter-te sob a chuva quase rara em nossas vidas
quebrar o guarda chuva e não viver as escondidas

Te quero aqui fora
e meu encanto é tão aberto que desse sono desperto sem querer acordar
sonho em ti acordado
apertado em minha garganta essa fome de ti e tanta que a vida é sempre sonhar
sei que tens a ti e aos teus
mas os teus teriam que também serem meus
não te esqueças que teu hálito é meu hábito e minha brisa teu pulsar é quase troar de quem em teu peito pede abrigo

essa cobrança quase mordaça é feito pedra na vidraça de minha alma cristalina é teu reflexo na minha retina e tua presença em minha alma, motivo de minha alegria.

Tears in heaven

Quando você foi embora,

tudo ficou cinza,
o sol não se pos,
nem nasceu...
nunca mais apareceu.

Quando você foi embora
quase não era eu,
e não sendo eu
nem saudades era,
era nulidade...

Sendo nenhum

Todos os sonhos estão ainda aqui,
e quase tudo ainda está por vir
e como se fosse ontem,
ainda dá tempo...

Éramos todos quase um,
e somos tantos hoje,
e nessa multidão ainda somos um,
sendo assim todos e sendo assim nenhum.

E tropeço em letra e me perco em senda e novamente as canções me afligem...
despertam em mim todos os eus que habitam em mim,
o cristão e o blasfemo,
o beato e o ateu,
Ásia e Prometeu,
o eu e o anti eu
a multidão e a solidão todos habitam em mim...

a poesia então é a minha companheira

I shot the sheriff

Eric Clapton está aqui,
em meus ouvidos
eternos zunidos...
folhas pisadas e ressequidas,
ainda dá tempo...

Todos temos nosso tempo,
é só escolher,
mas isso é tão difícil quanto,
o tempo para viver....

Queríamos mudar o mundo,
mas temos que mudar tudo,
o mundo sempre foi pequeno,
diante do que todos nós temos,
dentro de nós.

É preciso ser tranquilo,
amar a própria solidão.
Sereno, quieto e amigo,
e amar o inimigo
que mora em meu coração.

Nada sobrou

Já não sei quanto,
nem quando você chegou,
estive aí do seu lado e você não me viu
estávamos contentes, sorridentes
quando tudo acabou,
seu sorriso foi-se,
seu olhar murchou-se
tínhamos tanto pra transformar em realidade,
sobrou só a saudade
éramos dois e todos eram,
depois éramos tudo e todos,

tínhamos todos os sonhos
sobraram as promessas,
e agora tudo é solidão
quando você se foi eu também me fui
e todos deixaram de ser dois e fomos então nenhum...
e agora de tudo que sobrou nada ficou.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Preguiça...

Nos vasos o mato,
a erva daninha,
abandono de jardineiro,
e se demorar mais já é janeiro.

O sol ardente, candente, inclemente...
a água pouca já bem de noitinha,
mal dava para molhar os canteiros,
da dama da noite suaves cheiros,

e uma gostosa preguiça nos invade...

Mais fazer do que sentir.

O amor é o que o amor faz,
não se pode amar sem agir,
amar é mais fazer do que sentir.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Banzai

1 hora de almoço no restaurante japonês : R$ 84,00.
1 hora no pronto socorro do hospital São Bernardo com direito a anti-alérgico e dieta com soro caseiro : não tem preço.


PS - Obrigado pessoas por me obrigarem a ir ao médico, estou bem melhor, fisicamente claro.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Meio bicho, meio anjo e meio gente.

Somos todos iguais e somos todos diferentes,
desiguais e naturais concorrentes,
somos assim meio bicho, meio anjo e meio gente,
somos pobres ricos e ricos indigentes.

Somos tantos assim tão iguais,
uns tantos numa mesmice sem destino,
não refletem o que é o ser,
estão ainda na fase do ter,
homens com mente de menino.

Somos tantos assim tão iguais,
uns tantos num olhar peregrino,
todos na elevação do ser,
no coração a divisão do ter,
homens com mente de menino.

Eu sou assim tão igual,
mesmo sendo diferente,
busco a aurora reluzente,
meio morto e imortal,
sendo eu um ancestral,
e também um descendente...

sendo meio bicho, meio anjo e meio gente.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Todo verso

Faço um verso controverso,
que diante do adverso,
seja o verso e o reverso
do infinito universo.

Faço um verso invertido,
na linha todo cerzido,
alinhavado e cosido,
feito e acontecido.

Faço um verso submerso,
da poesia abstraído,
um verso todo avesso,
a todo verso não subvertido.

Futuro

Lembro de um tempo que ainda não veio,
de um dia ainda nascente,
de um instante que ainda há de vir,
de um semblante no sol poente,
de quem ainda há de surgir.

Lembro do presente que não existe,
do momento que ainda não há,
lembro do beijo que não desiste,
e da flor a desabrochar.

Sei que devo amar mais,
perguntando menos,
ouvindo o que todos temos,
antes de nossos funerais.

Sei que o tempo é vento,
que passando as mãos não retém,
digo aqui mais este lamento,
ouvindo o vento
dizer amém.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Para minha surpresa e de todos.

O dia quente e abafado, o carro estacionado junto a uma pilha de sacos de lixo, as pessoas no saguão da entrada da emergência aguardavam ansiosas que o relógio da parede indicasse cinco da tarde. Cinco em ponto nos dirigimos a um rapaz franzino de prancheta na mão diante da porta de acesso da emergência, um a um fomos dizendo os nomes de entes que ali estavam internados.
Box 9 e lá estava ela de máscara cirúrgica no rosto, eletrodos ligados a seu peito marcado de cicatrizes, na veia do pescoço a mangueira de soro e medicamentos diversos, de quatro bolsas penduradas num mancebo, no antebraço direito o medidor de pressão, o monitor registrando os batimentos, 95 por minuto, inúmeros hematomas espalhados em sua pele denunciavam a fragilidade dos pequenos vasos sanguíneos que se arrebentavam à menor pressão.
Quando me viu seus olhos brilharam, me chamando pelo nome foi logo me apresentando ao enfermeiro Fernando, depois à Ana Paula, depois ao Gilberto e assim foi me apresentando aos enfermeiros e médicos que à essa altura já havia conhecido todos, ela estava alegre, vivaz e com uma energia que eu não sabia de onde vinha.
Feito uma fenix ela surpreendera a todos, saíra do quase coma da noite anterior e agora ali ela estava lúcida.
Conversamos sobre seu estado, não adentrei muito nos diagnósticos todos desfavoráveis e quase sem solução, falamos de amenidades, de providências a serem tomadas logo que ela saísse de lá, falámos do tempo, dos detalhes do hospital, das pessoas que viriam visitá-la logo mais, mais uma vez nossa conversa fora superficial, eu ali diante dela, ainda menino, não me permitira abraçá-la e chamá-la de mãe.
Ainda não estava pronto.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Foi-se novembro

Chovia quando a febre tão repentinamente alta abalou sua consciência, chamando pela mãe e sentada na cama, recebia o socorro de neto e nora, o neto aos 13 de idade via-se na preocupação precoce de quem estava responsável por alguém tão frágil, a nora aos 33, sentia sobre a fronte a coroa de espinhos dessa aflição.
O carro para à porta, carregada nos braços fortes do amigo de sempre, rumam ao pronto socorro do instituto de cardiologia, no caminho a chuva inundava tudo, carros iam parando, a cidade de São Paulo num caos anunciado parava quase como um colapso. Dentro do carro a prece foi novamente o remédio providencial, quase que inexplicável os carros foram abrindo caminho e puderam continuar a viajem. Chegando no instituto foi colocada numa cadeira de rodas e irromperam emergência a dentro, médicos e enfermeiros rodearam-na de imediato, soro e sedativos, anti-térmicos e anti-convulsivos ministrados prontamente.
Ela aquietou-se na maca da emergência, seus pensamentos já não se manifestavam em palavras desconexas, lá pela meia noite, a chefe do plantão chama filhos e nora, informa que tudo está sendo feito, tudo, mas é grave.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Mais um novembro

E mais um se foi,
está indo, diluindo, esvaindo...
Mais um novembro vai se apagando,
lentamente se acabando,
e trazendo outro dezembro...

domingo, 28 de novembro de 2010

Públicos e públicos.

Em domingo de muito trabalho, o Lar Espírita Luz e Amor, em Diadema, organizou curso de expositores espíritas. Dentre os palestrantes convidados, Mauro Hollo, falou sobre os diversos públicos que acorrem às casas espíritas em busca de consolo e auxílio.
Hollo, destacou a importância do expositor identificar-se com o público estabelecendo uma ligação que facilite alcançar o objetivo da palestra espírita, que é o de instruir e consolar.

Todo público é formado por indivíduos que se caracterizam por suas diferenças e suas semelhanças pontuais, cada ser percebe a realidade de acordo com seus valores e referências pessoais, cada pessoa é insubstituível em seu caráter individual, portanto todo público é ao mesmo tempo semelhante e diferente, o expositor necessita captar o que reúne as pessoas naquele instante diante de sí, devendo respeitar suas diferenças e semelhanças.
O expositor deve portanto conhecer o público a que se dirige, seus valores, referências históricas, perfil sócio-econômico, enfim seu repertório.
O público infantil de hoje difere do público infantil do passado, se ontem histórias da carochinha conseguiam reter a atenção dos pequeninos, hoje isso já não funciona, é preciso respeitar esse público mais afeito às novas tecnologias da informação, é necessário um maior dinamismo ao aplicar-se uma aula, superando as expectativas da garotada no tocante ao conteúdo e metodologia, é preciso ser inovador para conectar-se a esse público.
Já uma plateia composta por adolescentes e jovens oferece um grande desafio ao expositor espírita, é preciso conhecer suas rotinas e valores de sociabilidade, o acesso à todo tipo de informação por parte desse público, requer do expositor preparo e conhecimento para poder abordar os temas que são de interesse dessa juventude, temas como relacionamentos afetivos e valores familiares podem tornar-se complicadores para o expositor. É preciso diminuir a distância com o público para poder levar a mensagem.
Se por um lado o público infantil exige versatilidade e o público adolescente exige a compreensão, o público adulto para ser atingido requer emoção. É preciso conhecer as suas necessidades para atingir o objetivo da palestra que se pretende realizar, o público adulto muitas vezes já sabedor do que quer e do que não quer pode apresentar-se de certa forma impermeável às informações apresentadas pelo orador, portanto é a emoção o veículo que irrompe corações adentro e promove a eficácia da palestra consoladora. É pela palavra emocionada e emocionante que rompe-se as barreiras desse público, a ponto de fazer com que senhores e senhoras reflitam sobre suas práticas e proponham-se a reformá-las, estabelecendo assim uma etapa importante no processo da reforma íntima.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Na mochila.

Voltando do trabalho no dia de ontem, (a chuva nos permitira chegar ao ponto de ônibus), quase secos e quase molhados, estávamos nós sob o abrigo do ponto. Eu cinquentão de mochila nas costas e um grupo de adolescentes que chegara com uma alegria transbordante, cabelos molhados vozes estridentes, todos também de mochilas.
Subindo no ônibus, não tão lotado como de costume, lá também encontravam-se jovens de mochilas nas costas, aspecto de que voltavam do trabalho também, pouco tempo depois na parada Imigrantes, desço e caminho em direção de casa, ao passar no cruzamento logo mais abaixo, sou abordado por um outro jovem, esse sem mochilas nas costas, aquele menino baixinho e beirando os 16 anos me pedia um trocado, enfiei as mãos nos bolsos e tirei duas moedas, uma de dez centavos e outra de cinquenta, peguei a de cinquenta e dei-lhe sem pestanejar, ele agradecido mostrava-me um punhado de moedas miúdas numa das mão, dizia ele que não tinha conseguido quase nada para completar um lanche, eu como que para aliviar a consciência dei-lhe também um conselho:
- Veja lá heim! é para comprar comida. Vai com Deus.
Chegando em casa, pus minha mochila na cadeira da sala, como sempre, sentando-me no sofá da sala, fiquei por instantes a olhar as notícias na TV, operação militar no Morro do Cruzeiro no Rio de Janeiro. Vejo lá também centenas de jovens de mochilas nas costas, quase secos e quase molhados, certamente suas vozes também estridentes, todos correndo morro acima. Ainda bem que aquele menino no cruzamento perto de casa não havia ganhado uma daquelas mochilas da TV.

domingo, 21 de novembro de 2010

Contas

Dez crianças descalças,
nove poemas de flores,
oito pontas de estrelas,
sete cartas de amores.

Seis milícias na rua,
cinco novenas pequenas,
quatro São Jorges na lua,
três donzelas morenas.

Dois minutos de espera,
um te vendo ferina ,
dois te querendo donzela,
três te esperando menina.

Quatro cores da rima,
cinco amores de fato,
seis sabores no prato,
sete flores de prima.

Oito excessões de regra, .
nove feridas em dor,
dez loucos de pedra,
onze poemas de amor.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Minha consciência é negra

Minha consciência é negra,
é mestiça de um povo em construção,
é caiada na pele,
mulata no cerne.
Minha alma é gêmea,
de todo aquele que a requere.

Minha tez é tênue,
de viço e mazela,
um pé na cidade,
outro na favela.

Sob minha pele, tecido e sangue,
planície, montanha e mangue,
alma e amores,
fatos e rumores.

Minha consciência é negra,
de um povo negro, leigo e bacharel,
minhas raízes são teias, feitas a buril e cinzel.
Minha consciência é mestiça
criança, anciã e noviça,
com sede e fome de ...
justiça.

O pai de minha mãe, João,
o pai de meu pai, foi embora,
a mãe de minha mãe, Palmira,
a mãe de meu pai, Flora.

O pai de minha mãe, caboclo,
o pai de meu pai, ninguém,
a mãe da minha mãe morreu,
a mãe do meu pai também.

Minha consciência é negra,
de pretos velhos e sacis,
de lusíadas e de tupis
de Isabel e de Zumbi.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

50 anos depois foi hoje.

Hoje pela manhã bem cedo, num táxi vermelho, rumamos para o centro de São Paulo, ruas ainda sonolentas, mas que já ensaiavam o ritmo frenético do vai e vem interminável que logo mais se estabeleceria na maior cidade do país, pouco mais de vinte minutos de viajem estacionamos na rampa destinada às ambulâncias e carros de socorro, porém não tínhamos pressa, descemos devagar, passo a passo com a bengala. Nos dirigimos ao setor de diagnóstico por imagem, lá já aguardavam dois senhores sentados lado a lado em silêncio, carregavam no semblante a solene autoridade dos descendentes de Angola. Além dos dois senhores em silêncio, outra dupla entretinha-se numa dessas conversas amenas sobre o dia a dia de todos nós. Sentamos lado a lado sem ter muito assunto para conversar, às vezes fico assim sem assunto para conversar com ela, parece-me uma pessoa estranha que acabara de encontrar no elevador, mas nosso encontro ali não era o primeiro, já se dera há muito tempo atrás, naquele mesmo hospital, já estivéramos ali bem juntos, tão juntos que para nos separarmos fora um parto.
Na avenida Brigadeiro Luiz Antonio as pessoas passam apressadas, cabelos vermelhos, azuis, gente de gravata e gente de sari, mulheres muçulmanas e velhos judeus, todos passavam como se aqui fosse a pátria do evangelho de todos os povos e tolerância fosse um atributo de todos, pelo menos naquela hora da manhã de hoje.
Ainda no setor de diagnóstico de imagem aguardávamos a moça da recepção chegar, eram 7 da manhã e o exame estava marcado para 8h40min, e assim sem ter muito o que fazer as palavras foram aparecendo e ensaiávamos uma conversa fraterna, falávamos do futuro, do futuro dela e do meu futuro, talvez esta fosse a continuação de uma conversa que começara muito tempo antes, só que hoje eu já sei falar, falamos de futuro, fizemos planos, novamente o destino nos quis naquele prédio a traçar planos e projetar o futuro.
Ali naquele prédio a cinquenta anos atrás ela deu à luz um menino, quase pude ouvir meu próprio choro naquela manhã de novembro onde nu e trêmulo estive pela primeira vez em seus braços, cinquenta anos depois era ela que se amparava nos meu braços. Cinquenta anos depois foi hoje.

E foi-se embora com outro homem...

Foi-se, subiu a ladeira da rua Moscou e sumiu na curva mais além, o tempo chuvoso deu maior tempero nessa nossa despedida, a sensação que tive foi de perda.
Passamos juntos dois bons anos de minha vida, ele testemunha de meu refazimento, eu testemunha de sua dedicação, resistência, versatilidade, e beleza...acho ele lindo!
Ele subindo a ladeira partindo com outro homem, um quase estranho, fez-me fazer cara de tristonho, havia me apegado muito a ele, passamos bons momentos, e até quando parecia tudo perdido ele buscava um hausto de forças e superava-se, jamais me desapontara.
Mas enfim tudo é transitório, tudo muda e o que não muda é só porque já está perfeito, o que não é nosso caso, e nessas voltas que a vida dá ele foi para um canto eu para outro, ficou aqui um gostinho de gratidão e saudades. Que seja feliz onde quer que esteja.
Obrigado BPA 3554!!!!











domingo, 14 de novembro de 2010

Estrada

Deixa correr depois deixa chegar,
e bem devagar deixa só ficar...
Andando aos pedaços de caminhos que fizemos por nós e assim sozinhos
façamos um novo caminho...
O bom da estrada é o seu caminhar em nós.
percorremos, corremos, andamos, sonhamos
de vagar assim chegamos e nos aconchegamos,
retratos falados de calados e mudos, no mundo imundo do meu ser
é tão difícil esquecer,
e caminhos de sol façamos...

Há um tempo.

Há dia que não te vejo,
há dia em que não te sinto,
há dia em que teu desejo,
adia o nosso beijo,
e nosso amor jaz extinto...

Há noite feito açoite,
que eterniza o sofrer,
impossível te esquecer
impossível te tocar
impossível não querer
impossível não chorar.

Há dia que me esqueço,
há dia que não sonho,
há dia tão tristonho,
que adia o meu começo.

Há dia de começar
há dia que pereço,
há dia que mereço
que adia o meu cantar.

Há um tempo meu,
de Ásia e Prometeu,
houve um tempo nosso
e hoje já não posso,
sustentar o sonho teu.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Que coisa hein!

Sonhos, todos temos,
todos os sonhos, nós os temos.
E talvez temamos realizar os sonhos,
pois se assim o fizermos
sem os próprios sonhos ficaremos.

Sendo reais então
e deixando de ser sonhos,
passam a ser antônimos dos sonhos que sempre tivemos.

E talvez prontos não estejamos,
para vivenciar nossos sonhos,
e assim dos sonhos acordamos,
e despertos e dispersos,
os mesmos sonhos ao acordar desejamos.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

São Bento e os pardais

Comecei o dia de metrô, descendo na estação São Bento parei para um café expresso, peguei a pequena fila de duas pessoas que já diziam à caixa as baguetes e guloseimas pretendidas para viagem, eu na minha vez pedi um expresso com leite e me deixando levar pelos olhos, pedi também um pão de queijo, paguei 5 reais, meio salgado para um começo de dia, mas a aparência do pão de queijo já havia me convencido da compra.
Sentei-me numa cadeira confortável à frente de uma mesinha muito charmosa, tudo isso sob o Largo de São Bento, a poucos metros dali o mosteiro e as ruas do centro de São Paulo, repletas de gente, automóveis e motocicletas. Sentado com o pão de queijo, cuidadosamente alojado num saquinho de papel branco sobre um pires, fui chamado pela moça do café, lá estava ela com minha xícara fumegante, numa cena de filme francês, levantando-me fui ao seu encontro todo sorridente, pegando a xícara de café dirigi-me até a mesa, lá me esperava o livro do Alkindar de Oliveira com o devido marcador indicando a leitura interrompida, sentei-me soprando delicadamente o líquido cremoso, bebi breves goles do reconfortante expresso, mordi o pão de queijo e deitei meu olhar no livro companheiro, de repente um pequenino vulto cinzento passou perto de minha mesa, baixei os óculos e o olhar para ver o que era aquilo, deparei-me então com um pardal, ele ali a me olhar e eu ali com o livro e o pão de queijo, foi então que retirei um minúsculo pedaço do pão e deixei cair no chão perto do pardal, ele de pronto atirou-se em bicadas sobre o pedaço de pão de queijo, atirei mais um pedacinho e ele repetiu o bote.
Logo após eu e o pardal comermos o pão de queijo, terminei meu café, despedi-me do pequeno amigo e segui subindo as escadas em direção ao mosteiro de São Bento.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Xeque!

Não é todo dia nem toda hora que chegamos a uma marca importante. Completando hoje 50 anos de vida (nesta encarnação), a vida começa a nos impor uma reflexão sobre passado e futuro, fazemos um breve e descompromissado balanço, e as dúvidas que nos afligiam desde os 17 ainda estão aqui dando um recado que a vida é uma construção lenta e gradual, não existe passe de mágica.
Na comparação do Fernando de hoje, cinquentão, com o Fernando de ontem, 17, vejo que o que mudou junto com os cabelos foi a experiência, de resto ainda o inseguro habita em mim, o medo de me arriscar ao experimentar mudanças, de apostar e quebrar a cara é sempre maior do que a possibilidade do prazer de arriscar e vencer, tem sido assim todo o sempre comigo e viver torna-se sempre um eterno jogo de xadrez entre eu e eu mesmo.
No fim quem acaba ganhando sou eu e quem acaba perdendo sou eu também. O que sobra é o balanço dos dois lados. Xeque mate!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Esperando o sono chegar

A chuva que caiu por aí não chegou aqui,
os ventos que sopraram teus segredos nada me disseram
ainda assim te espero...

Em meio a fragmentos de emoções,
passei em Minas por Tres Corações,
um deles foi o meu, o outro o teu,
o terceiro adeus,

Mais além Extrema,
aqui bem perto só deserto,
meu coração um ultraleve,
a emoção de um Pouso Alegre.

Espero o amanhecer,
espero também o sono,
quiça com ele o sonho,
que me trará você.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Linda Jade

Estive lá hoje e não te vi,
então busquei uma foto sua,
escolhi esta, adoro esta.
Nela você é fantástica, capaz de ir para o outro lado da Terra, sem medo.
Nela você me diz que apesar de mim você venceu e continua a vencer,
sinto-me todo orgulhoso de uma obra que não ajudei muito...
deixando a desejar, esta é a minha sensação.
Gosto muito de você...
beijos.

Almoço desta terça

Capeleti, rondeli...
molho branco, molho vermelho,
salada de entrada
sorvete de creme e de flocos
a cobertura é de chocolate.

Gatos aqui é acolá,
um todo preto, um todo dourado,
na sala uma de pé e Ulisses todo deitado
falta Elis que sempre quis
e na varanda Fernanda.

domingo, 31 de outubro de 2010

Hoje é o dia D!!!!

Hoje é o dia D, de Dilma Roussef, D de democracia, do grego demo=povo e cracia=poder, D de doação onde milhões de brasileiros e brasileiras doarão suas esperanças na urna soberana, D de Deus que nos fez à Sua imagem e semelhança, D de destino pois que o fazemos a cada amanhecer com nossos pensamentos e atos. Hoje é o dia D, é o dia em que votarei em Dilma para que todos tenham uma vida melhor e parafraseando Chico Buarque:
"Sou Dilma sim, sou Dilma sim porque não penso só em mim!!!"

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Obituário

Morreu Tuma,
morreu Kirchner,
morreu Gregory Isaacs,
morreu Joanna.

Nasceu Ana Júlia,
nasceu Esperanza,
nasceu Francisco e
nasceu José,
nasceu Lúcia e
nasceu Barnabé.

A vida é assim
num longo ir e vir.
Aproveitar os momentos em que estamos próximos dos nossos afetos é importante,
você já beijou hoje? Deu aquele abraço?
Aproveite o tempo.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Me levanta.

Me levanta
me consola, me anima, me faz de pé.
Me conforta e dá de viver,
Senhor...

E que tudo mais se dissolva,
e assim que tudo se resolva
apesar de mim...
levanta esta alma ferida, falida e morta
traz-me de volta.

E assim Senhor me faz reviver em Ti
e na tua luz
Mestre dos céus e dos mares,
quiça de todos os lares
em todos os olhares
Sê a nossa luz...

A chuva, o galho,a folha e a porta

A chuva caiu
o galho dobrou
a folha voou
a porta se abriu...

A rosa murchou
a cigarra partiu
a tristeza floriu
o sonho acabou

A chuva murchou
o galho floriu
a folha partiu
a porta acabou

A rosa caiu
a cigarra voou
a tristeza dobrou
o sonho se abriu

A cigarra e a rosa
a tristeza e o sonho
a chuva e a porta
a folha e o galho
a noite e o orvalho
a correta e a torta

versos e reversos
travessos e avessos
na pele unguento
em alegria e sofrimento

Harmonia e tormento
em fantasia e contento
por  fora e por dentro
em poesia e lamento.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Festa da Primavera

A 1ª Festa da Primavera da TCC, Transitória Casa do Caminho, realizada em Diadema neste domindo surpreendeu a todos pela beleza, organização e público.
Com muita boa vontade os voluntários da TCC e LELA, Lar Espírita Luz e Amor, realizaram neste domingo a festa da primavera, barracas diversas proporcionaram alimentação e divertimento a todos, apresentações de música e dança coroaram o domingo.