Minha consciência é negra,
é mestiça de um povo em construção,
é caiada na pele,
mulata no cerne.
Minha alma é gêmea,
de todo aquele que a requere.
Minha tez é tênue,
de viço e mazela,
um pé na cidade,
outro na favela.
Sob minha pele, tecido e sangue,
planície, montanha e mangue,
alma e amores,
fatos e rumores.
Minha consciência é negra,
de um povo negro, leigo e bacharel,
minhas raízes são teias, feitas a buril e cinzel.
Minha consciência é mestiça
criança, anciã e noviça,
com sede e fome de ...
justiça.
O pai de minha mãe, João,
o pai de meu pai, foi embora,
a mãe de minha mãe, Palmira,
a mãe de meu pai, Flora.
O pai de minha mãe, caboclo,
o pai de meu pai, ninguém,
a mãe da minha mãe morreu,
a mãe do meu pai também.
Minha consciência é negra,
de pretos velhos e sacis,
de lusíadas e de tupis
de Isabel e de Zumbi.
Gosto de entrar neste Blog, saio com uma visão diferente do mundo!
ResponderExcluirUm pouco mais de som, vida e cor, poesia é assim, dá sentido e gosto para continuar-mos a caminhada.
nossa irmão, lindo demais isso....faltou apenas uma lembrança linda: D ALZIRA... nossa mãe postiça...
ResponderExcluirtudo o que o fernando posta no blog é lindo, adorei principalmente aquele que fala sobre a mãe dele.
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