De vez em quando...
não é sempre, talvez latente
sem quase nunca despertar...
esse poema mora comigo
como divino inquilino
a jamais me abandonar...
De quando em vez...
e é quase sempre
ele nunca ausente
fiel se faz
e se desfaz
em versos de verbos
de guerra e paz.
Decanto essa poesia,
no feltro de meu coração
quem mais me diria
que tudo isso é em vão...
Traço meias verdades
em meias mentiras
em meias claridades
de leigas meninas
de tristeza e iniquidade
de bonança e desventura
de campo e de cidade
de azedume e de doçura
Traço e decanto
em letra folha e pranto
de papel e cinzel
de alabastro e de quebranto
Decanto temas e teoremas
de tempos e de templos
de ventos e tristes lamentos
de subidas e de ladeiras
Decanto o meu tempo
que se esvai por entre meus dedos
vai embora
na poeira de que é feito
Decanto esse encanto
que me reveste de tempo
nova mente sinto-me folha morta
levado por esse velho vento.
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